26/01/2009

a good reason its not allways a good point

Quando já era meia noite, a lua sumiu no céu, e o estandarte onisciente da dor de plutão sob o mês de janeiro, trouxe aos seus, as mais diversas azaradas consequências. Era quase de se esperar que a influência ora ruim dos astros sob o signo de quem vc ama reflete quase o mesmo efeito nas proximidades de sua casa no zodíaco. Azar é realmente uma merda. Daquelas que vc espalha pelas paredes do banheiro ao tomar banho, e escorrega numa poça de sangue. Cai na merda sanguinolenta que escorre pelo ralo. Ontem, nem terminou o mês, e os números não paravam de rodar. Tantos dados, tantos segundos, tanta e exagerada informação plugada ao nosso cérebro através de nossos olhos e ouvidos, que me faz querer dormir. Adormeci. Fui de súbito acordada pela tenebrosa teia que conspira o mundo ao nosso redor. Eu vou fundo. What about the air we breathe? What about h2o, the sky and the consequences on the rules of a midiographic sensation of life?
Parei de me perguntar e do nada tive a certeza de tudo. Me vi então presa a um mundo complexo de escolhas que abrangem o mais íntimo inconsciente. Inconsciente que se gruda e mescla com sua consciência e tudo que vc eh, assim como vc e tudo ao seu redor, numa gigante gelatina racional, fria e saborosa. Comi. Esquecera a colher porém usei as mão. Me limpei de todo o sangue em meu corpo com a toalha da mesma semana. Havia sido estirada um dia inteiro a sol a pino. Estava pronta pra se usar, seca, porém macia, ainda guardando um cheiro fresco de calor.

To the virus

She had 5 minutes to work on the idea: She had got to work it out. But she constantly decided to let it go. It was easy like that, it’s five’n go, and no more worries about it. No more needs. She would only have to draw the line and the line would draw for it self. But she dropped the reason, and started to find it all too boring. It was in the year of the dragon, in the mettle of a conversation that she suddenly recovers her fool mind of her last drinking and starts thinking better that she really had nothing to do instead of doing for it self. She did not want to go trough all that again so she turned her back away, this time forever, of any idea she might had. But its ironic how life gets under you and twist you up side down. It was a Thursday morning when her thoughts started producing new material, thou she would squeeze her brain every morning in to a neutral solution with the intention of selling her brain fluids with her unwanted thoughts. That was her only action since the last trouble caused by her friendly north. She did not want to run away, but she new she would do nothing but escape. So she unplugged her head from her neck and dropped on the basket. Now she would only have to go south because she isn’t a side’s girl. Yeh, she carries her own jacket, and her flag to the pole.

15/01/2009

Ele estava sob a mira do seu módulo, enquanto modulava algum perdão. Ela disse sim, ela disse não. Ele disse então:
- quantos ângulos constroem essa palavra?
Ela fez que entendeu, girou lentamente sobre sua base, se enrolando no fio do asfalto. Já era tarde. Melhor não remexer essa água, o escuro revela o medo na nossa imaginação afoita. E quem eh que dorme cedo? Eles fecharam os olhos juntos, e sonharam.
7 hrs da manhã, e já não tem cristo na janela. Ele reclama. Ela nem escuta acostumada. É só mais um novo velho dia. Queria estar dormindo, não, queria estar nascendo. Queria berrar. Berrou. Do chuveiro, pensou que era com ele. Fez que não ouviu. Juntos desceram as escadas. Os degraus tinham se aproximado com os anos, a escada encurtava sua distância. Seguiam ligeiros, a trilha marcada por pés e mãos. Ela de súbito não agüentou, respirou fundo a sua náusea, empalidecendo a face escura pelos pensamentos. Vertigem, caiu. Ele não a segurou, estava atrasado.
Ela cai sob seus pés. Ele a pisa. Ela derrete em sua sola, e o segue até o café.
8 e 30. Comem torradas sem esquecer da simpatia com o garçon. Café sem açúcar pra ela, 3 gotinhas de doce pra ele. Aparentavam harmonia, porém queimavam prontos a erodir. Ele ofereceu uma gota para ela, estava amarga. Ela aceitou, estava nada. Enfatizaram um olhar. Ela falou que ia dançar. Ele foi ao bar.
- te vejo daqui 40 min ... e no fim desse tempo suas portas se colidiram e eles puderam colorir entra as linhas, abrigados de si mesmos. Ninguém mais voltou. Ela foi embora. Ele arrumou outra.

13/01/2009

indagações

Tudo que acontece dizem ter um motivo, pq até mesmo a falta de um motivo, já é um motivo em si, nas dimensões do nosso contexto inserido. Toda a extensão da matéria que nos consiste e nos envolve se contorce em minha mente enquanto respiro aprisionando meus sentidos acostumados a sua rotina. O controle está até onde vc alcança, convertendo a angústia em ansiedade, maquiando inconstantemente a vida alheia. Simplesmente, pensei no simples de maneira complicada e me distraí. Quanto mais chove mais a face se levanta, e um animal late a suas costas. A mesma face toma novos sentimentos, em concretização ao que se parece não irrepudiavelmente se dizer pelas novas contastações do futuro girando o mundo. E há quem disse que não existe tempo nem espaço, e há quem disse tudo que nós ouvimos, mas há quem ouça tudo que nós dizemos? Fiquei com a pergunta na cabeça. Singela, ela me trouxe a indagação sob a certeza de que tudo na vida eh relativo, porém não incerto. Sei que indago sob a luz de um propósito que em si não tem força além da significação de qualquer sonho que nos assusta, e nos acorda na noite escura. Ele passa, deixando, as vezes, seres atônitos a sua passagem e possibilidade. Quem imaginaria isso? Ou quem imaginaria os milagres da vida? Eu penso quem possivelmente os esconderia, sob uma cortina de fumaça queimando a milhares de anos.

...

- você chegou cedo demais!
- a eh e aih?
Diante reclamações postas à mesa do almoço:
- vc emagreceu? Não ta com fome?
De forma alguma vou me interessar por essa massa, quem te diz que vc é louco?
- anh?!
De certo, só sobrou o que é errado...
- que?
- alguém ouviu?
- não...
Que bom que o que eh bom se mostra... e o que eh mal...
- mal pra mim? Ou pra vc?
-...não sei......ninguém sabe......
- eu sou ninguém!!!
- hahahahahah...
E o x da questão se misturou ao ar...

08/01/2009

Surto Poesia

Ser surtado

Surtado pra ser

Ser em surto

O surto no ser

Eu ouço vozes

Eu ouço vc

A que distância

Seria pra ser?


Ser em luz

Escurecer

Se põe de canto

Era pra ser

De vez em quando

De põe e tira

Qualquer coisa

Que se diga



07/01/2009

Descrição de uma personagem

“Vê se ao menos me engole, mas não me mastigue assim”
Cazuza


Sentada, reclinando o peso que sentia em seu peito contra seus joelhos protuberantes, ela abraçava as duas canelas juntas, tão finas quanto dois pedaços de bambu cortados ainda verdes. E verde era a sua única meia-calça que delineava sob o trançado tingido de algodão todas as curvas detalhadas de sua pele clara, agarrando-se e esticando-se sob o músculo fino entre ossos estridentes. Enquanto lentamente, num compasso eternizante, impulsionava-se para frente e para trás quase sem esforço, num leve subir e descer de dois pés delgados e sem graça que remexiam e se confundiam com a areia branca. O barulho do mar ruidoso chegava distante e quase não passava por entre as orelhas pequenas e sem adornos rodeadas por cabelos compridos tão ondulados e laranjas quanto o fogo que aquecia a noite. Atenta aos estalos da madeira queimando, seus compridos olhos verdes e amarelos de uma beleza apagada, seguiam com sua delicadeza o movimento suave das fagulhas do fogo ao vento. Sobre o casaco vermelho, folgadamente lhe envolvendo o tronco nu, um cobertor completava a fina tênue linha que traçava a vida desta pessoa, enquanto ela mesma esquecia o próprio pensamento ao morder com seus certeiros dentes carnívoros o lábio carnudo da boca vazia. Ela era uma pessoa sozinha dentro de uma noite altiva, como o seu desejo suprimido na ação nula do seu dia a dia, tão tranqüilo quanto o correr dos carros sob o sol do meio dia, na avenida agora adormecida.



06/01/2009

DIA D


Foi um arrepio frio que a acordou. Abriu os olhos sentindo o ar entrando nos pulmões. Não sabia que era a última vez que acordava. Seu destino estava marcado: nesse dia, iria morrer.
Levantou ainda tonta. Escovou os dentes, se olhou no espelho se encarando. O que queria? Não sabia. Ainda sem resposta, resolveu que iria trabalhar de táxi. Estava cansada de pegar ônibus. Arrumou-se, vestindo seu melhor vestido, passando o melhor perfume. Disse que iria descalça, riu, queria se sentir livre. Por dois segundos pensou no passado, mas decidiu seguir em frente. Não sabia, mas era um dia diferente. Daqueles que a gente nem sente.
Uma vez no trabalho, não viu motivos para entrar. Exitou. Deu meia volta... em direção para a rua, correu. Não corria há muito tempo, e girou, girou... Parou cansada, ofegante, sentia a vida correndo em seu corpo, batendo no peito. Estava bem. Podia se dizer que era louca, mas ela se dizia feliz. Ela não sabia, mas nesse dia, era o que quis. Sorriu com um olhar distante.
Não vendo ninguém, não ouvindo nada, ela se dirigiu para o mar. Queria boiar.
Ela não sabia, mas era seu último dia.

sob o tema da Contemplação

“ de longe nada é o que parece” disse o rapaz de blusa laranja para a menina a 2 metros do quadro que olhava. “ o que você disse?” replicou ela sendo chamada de volta de seu mundo onírico da contemplação para o mundo real. “eu disse ‘de longe nada é o que parece’” repetiu o rapaz estendendo a mão para a menina convidando-a a se colocar três passos para trás. “nossa realmente” disse ela olhando para o quadro novamente “estou começando a entender”. “ então agora é sua vez” disse o rapaz “ contemple a distância dos seus passos a cada passo”. Sendo assim, a menina a cada passo que dava percebia um leve reencache das nuances do quadro que observava e a cada passo que dava, chegava mais ao fim, até em um passo em falso perceber ser esse o último que dava pois acabara- se o chão no vão de um abismo entre dois extremos. Assustada, retomando o equilíbrio, de súbito ela exclamou “ e agora?!” mas o rapaz já não existia, ao seu redor nada mais existia além do quadro a sua frente e a distância de seus passos. E um vento suave, que sempre esteve lá, teve sua chance de ser ouvido “ se joga menina”. E assim sendo, foi.





Era uma confusão de cores que saltava e refletia colorindo os olhos fixos como dois amantes. As linhas e curvas que se limitavam nas finas bordas emadeiradas traçavam um desenho quase simbiótico ao do momento presente dessas finas mãos mais delgadas do que a caneta sem uso, caminhando de dedo em dedo, empurrada por um movimento robótico. A roupa meio amassada misturava tantos pigmentos e feições quanto os do quadro. A dúvida acerca da naturalidade da cena exalava a força da contemplação onírica no ar quase que ao mesmo tempo em que aquele corpo indefinido, como uma manhã que ainda não chegou, se mesclava na tela do quadro sem título cuidadosamente pendurado em paredes de lugar nenhum. Uma leve massa de ar, tão concreta quanto o pensamento, deslocava em pequenos movimentos o que restava dos cabelos lisos e castanhos, nem cansados, nem afoitos, encaixando-se com naturalidade na magia apática da posição imóvel da pesada massa de carbono que os carrega.



Texto Inicial

A água entra pela boca e chega até o cérebro acomodando as células sedentas. Elas bebem o que lhes ofereço. Elas são minhas. E eu as sirvo, ou elas me maltratam, flagelando minha atitude proximal. Que mais não estaria em suas cabeças? Abro em seguida, uma lata de pepinos. Eles causam uma confusão estranha nas papílades da minha boca. Eu salivo, engolindo rápido o alimento mal mastigado. Que saco esses pepinos. Fecho a lata e volto para o meu quarto onde busco o confronto perdido. Estava caído ao pé da cama a última vez que o vi. Onde estará agorA? Sento para me perguntar. Acendo o beck , apago. Continuo procurando de quatro, em baixo da cama, quando lembro, não sabia mais a razão da procura. Acendo o beck, apago. Nossa eu adoro essa música. Canto. Espero ela passar. Eu pensara então que espécies de critérios conduzem as nossas escolhas. Por que estamos presos a uma simples bivalência dos termos? Pq ou se é 1 ou se é outro? Acho então que tudo é uma enrolação... nossa, que saco!