25/09/2009

a consagração

Distanciando-se de toda aquela gente que gritava o seu nome enlouquecendo o seu ser
Ele tentou uma brecha pelo tempo para se ver de novo alguns anos antes de se desfazer
Porém o tempo impermeavel de seu destino o obrigava cegamente a seguir em frente
Ele já não aguentava o peso de seu corpo, nem seu corpo o peso de seu ser
Punha-se de joelhos se erguendo para a luz o receber
Era triste em fim todos diziam lamentando-se em seu nome
Era com sorte um novo gado ou talvez um novo ramo
Mas não sabiam que era espaço plano e inclinado
E de tão torto e acabado se colocou ao chão derrotado
A mente seca pela alma que enxugava suas magoas

- Ó cristo! Em fim berrou

E a bala de seu revolver enfim chicoteava
A afoitisse de seus dedos que o gatilho espreitavam

E o padre consagrou: vai mais um em teu nome Deus meu senhor!

no vão do tempo

Opondo-se no entardecer à luminosidade da luz
Ele se entregou em cheio à noite que chegava
Sem demora sem pressa de se apressar
Se pois de canto a contar em seus poucos dedos o tempo que lhe restava
Ele a encontrou de novo
Eram velhos amantes que não entendiam seus corpos
Ela fria e distante pronta para carrega-lo em seu fim
Ele triste e sombrio a espera de seu último instante de arrepio
Sorrateiros pelos tempos sem fim
Se acabavam e se ardiam numa agonia ruim
Não eram noite nem eram dia
Eram em vão uma simples melodia