29/03/2009

Bom Dia

Bom dia, boa ida até o troféu... ele é seu, agarre-o sem deixá-lo ir ...não se espante com seu peso, carregue o que é seu, que ele lhe trará a ajuda que anda vagando nas vias do interesse. Não entenda os sinais, eles só te fazem ver, o verme que dorme alojado nas profundezas de teu ser, sem jamais acordar, que estando apenas lá, lhe molda os pensamentos marcados com sua presença. Vá então por entre os caminhos que lhe são apontados por mãos das quais vc só sabe o significado. Não se demore, o seu tempo é curto e impaciente demais, não tema que a visceral chama da vida se apague, enquanto produzir sua existência mais durável. Lembre-se, és a semelhança do Deus eterno, onipotente em suas decisões e unânime em seu caráter... lembre-se então, que à ele só é digno quem o teme e obedece, seguindo suas palavras escritas em um livro por mãos humanas, e vc não se perguntará por quem, aliás nada perguntarás pois as respostas lhe serão ditas... lembre-se da superioridade que divide os seres, e ponha-se sempre em seu lugar, não esqueça nunca de acordar na hora certa, e vista-se sempre de maneira agradável aos olhos que te vêm... vá, em fim, e se olhar para trás, não verás nada além de ti...

23/03/2009

A sorte

Ele chegou a se perguntar por alguns segundos, mas percebendo a lentidão de seus desejos insólitos, ele tira uma carta de sua mão e a descarta na mesa. O lado oposto não espera, rapidamente retruca com sua mais precisa escolha. Não havia mais tempo. O sinal bate marcando o fim da partida para essas quatro mãos. Cabe então ao juiz decidir, apoiado do júri popular. Mas já estava certo, e ele sai da mesa derrotado, sob uivos roucos e ferozes.

Não podia mais viver, a cidade tinha lhe roubado as mais preciosas tentativas, todas descartadas como suas próprias cartas rasgando o chão por onde andava. Há três dias tinha sido despejado e vagava sozinho pelas ruas com medo de adormecer acordando morto e roubado. Decidiu gastar seu último centavo em algum boteco nacional, onde pudesse dormir numa mesa em algum canto escuro.

Não tinha motivos para estar a tanto tempo perdendo. Não entendia em que jogada que sua sorte mudou. Era famoso por cartadas excepcionais e partidas históricas, mas certo dia não conseguia mais vencer. Cansou de tentar achar uma resposta e culpando a tudo aos poucos foi destruindo o seu redor. Bebia, e não bebia pouco. Estava criando um câncer de pulmão, que rangia ao respirar, mas acendia um cigarro atrás do outro. Não se importava, tinha gastado toda sua fortuna, ganhada através dos anos de jogo, a fim de recuperar a sorte perdida. Mas foi em vão, só se deu conta de sua temível derrota quando foi gentilmente convidado a se retirar da Alta Roda Social dos Jogadores de Cartas, compostas apenas por altas contas bancárias.

Para um homem com sua reputação foi um vexame. Os que invejavam sua pessoa fizeram questão de rir por suas costas e por fim todos acabaram por esquecê-lo, transformando-o numa triste memória resgatada em exemplos de derrota. Ele praguejou. Bebeu até ser internado num hospital samaritano que o salvou de um coma. Na ressaca decidiu que não ia mais beber e então começou a jogar em bares populares para tentar ganhar algum dinheiro. Por fim tudo que apostou perdeu, seu carro, seus móveis, sua casa, até sua coleção de calcinhas. Então voltou a beber. Começou a exagerar no tabaco, cada vez mais barato. Mendigava alguns trocados e de vez em quando ganhava alguma partida insignificante apostada com algum bêbado ou alguém empolgado. Conseguiu um emprego numa fábrica de carvão, e alugava um quarto no sótão de uma velha hospedaria. Em poucas semanas sem pagar o aluguel conseguiu o dinheiro para jogar no campeonato aberto em que tinha acabado de perder, restando-lhe apenas cinco reais.

Andou muito até um boteco distante onde não era conhecido. Sentou numa mesa bem escondida e pediu meia garrafa de pinga. Bebeu analisando o lugar e sentindo-se confortável, adormeceu. Foi acordado pelo calor das chamas que queimavam ao seu redor. O bar estava mexido e com sinal de briga e tudo estava pegando fogo. Não conseguia avistar a saída que queimava surdamente. Vendo-se preso em meio às chamas, exclamou “afinal, mas que sorte” e bebeu mais um gole de pinga enquanto lentamente esquentava.

20/03/2009

Hoje

Hoje foi quase sempre ontem, quase nada range, meio pouco longe.
Hoje foi tudo que se foi, foi tudo pra depois, no meio de nós dois.
Hoje do amanhã se vê o pico, de um monte aprazível sob um lago de rancor.
Hoje de perto quase enxergo a vida de repleto num conselho de doutor.
Hoje nem tanto como hoje, nem tanto como o ontem nem como amanhã.
Hoje de sola na sua sola, de costas a discórdia da sobra se restou.
Hoje vai e vem e volta e trás tudo que solta da bunda de um castor.

10/03/2009

na isnpiração de uma piração

Divaga-se devagar, lentamente rastejando por entre becos sem saída, querendo sempre saber além da próxima investida, composta por sonhos divagantes daqueles que não compram mais. Basta-se dizer que digo para não em vão tomar por minha a vontade cálida da louquidez que assombra nossas portas da vaidade. E que coragem, vem dizendo que nem sempre sabe que o tudo é para razão mais do que para fé. Esta então nem se compara, anda rala, nas casas dessa atmosfera oxigenada, tão clara, simples e complicada, divaga, tão próxima de outras galáxias. E ouve quem pode, mas entende quem quer.....o meu amor me ensinou a não ter medo, e minha mente ilustrou o sentimento. A fé anda mais do que dormida, anda passada, divergente e distraída. Não me avisou que não era a única saída. E agora, com tantos cérebros adormecidos, vamos driblar a vergonha de sermos vendidos? Como vamos ver além do que unicamente podemos receber? Temos que superar nossos limites mas mesquinhos na humildade do orgulho mais intimo! E vê quem pode, e entende quem quer. Nada mais além do que uma escolha sedimentada na pureza de um sentimento, tão natural quanto o que nos é imposto. E o de renda é fogo, nada mais ultrajante e pra repouso daqueles escolhidos pela mesma estupidez de que se constrói um partido, partidário, e pra quem discorda, é a corda da vez.

03/03/2009

Texto Poesia

Não me chame pela porta estreita da caridade. Eu bebo a sua coragem na angustia do meu prazer. Não me venha com mais essa de bondade. Eu não estou à beira do seu parecer. Com toda sua aura de vontade, não me ponha o amanhecer, não me negue outro beijo sem saudade e nem me venha receber. Eu não volto como dizem, minha voz desfaleceu, minha alma tão antiga, se encharco e se rendeu. Numa volta num segundo tudo junto se ergueu, e o mundo atrás do muro nunca foi apenas meu.